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Testosterona em longo prazo melhora funções urinária e sexual



Homens com deficiência de testosterona que recebem tratamento de reposição deste hormônio em longo prazo experimentam melhoras nas funções urinária e sexual, bem como melhor qualidade de vida, de acordo com um estudo de registro. Além disso, os dados demonstram que o tratamento não aumenta o risco de eventos adversos.

Pesquisadores fizeram o acompanhamento de 656 homens com hipogonadismo por até 10 anos, e descobriram que aqueles que receberam terapia com testosterona até atingir níveis fisiológicos tiveram significativamente menos sintomas urinários e menor probabilidade de apresentar disfunção erétil, apesar do aumento nos volumes da próstata.

O estudo, que foi uma colaboração entre os pesquisadores da Boston University School of Medicine and Public Health e urologistas alemães, foi publicado on-line no Journal of Urology em 18 de julho.

Os resultados demonstram que a terapia com testosterona "é bem tolerada, com aprimoramento progressivo e sustentado nas funções urinária e sexual, e melhora geral na qualidade de vida", afirmou em um comunicado à imprensa o autor principal Abdulmaged Traish, PhD, do Departamento de Urologia da Boston University School of Medicine, Boston, Massachusetts.

Apesar do temor de que o tratamento com testosterona possa aumentar o tamanho da próstata e levar à redução dos sintomas do trato urinário inferior, isso não foi observado no grupo de estudo.

O estudo de registro observacional, prospectivo e cumulativo incluiu homens que buscaram tratamento médico devido a sintomas urológicos. Os participantes, com média de idade de 60,72 anos, tinham no início níveis totais de testosterona de, em média, ≤ 12,1 nmol/L e sintomas de hipogonadismo.

Após um intervalo inicial de seis semanas, 360 homens receberam 1.000 mg de undecanoato de testosterona (TU) parenteral a cada 12 semanas por até 10 anos. Os 296 homens que optaram por não receber tratamento com testosterona serviram como controles para a análise. O acompanhamento médico dos dois grupos foi de oito anos.

A análise dos fatores iniciais identificaram diferenças significativas entre homens que receberam e que não receberam terapia com testosterona, em termos de idade média e índice de massa corporal, escores do International Index of Erectile Function and International Prostate Symptom Score (IPSS), volume da próstata, níveis de antígeno prostático específico, medicações concomitantes, e qualidade de vida na Aging Males' Symptoms scale (AMS).

Para o controle destas diferenças, os pesquisadores realizaram uma correspondência de propensão, selecionando 82 pacientes de cada grupo, pareados por idade, circunferência da cintura e índice de massa corporal.

As únicas diferenças iniciais entre os grupos correspondentes foram no IPSS, com escores médios de 7,4 e 4,3 nos grupos tratado e não tratado, respectivamente, na AMS, com escores médios de 53,8 e 40,6 respectivamente, e no uso de inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (P < 0,0001 para todos).

Como esperado, o tratamento restaurou os níveis de testosterona para a faixa fisiológica no primeiro ano, e permaneceu nesse nível pelo restante do período de acompanhamento.

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