As células-tronco hipotalâmicas controlam a velocidade do envelhecimento.
Um grupo de cientistas descobriu que a velocidade de envelhecimento do corpo é controlada por um conjunto de células-tronco do hipotálamo. A pesquisa foi publicada no dia 25/07, na revista Nature. O hipotálamo é uma região do cérebro conhecida por regular importantes processos no organismo, como o crescimento, o desenvolvimento, a reprodução e o metabolismo.
De acordo com o autor
principal do estudo, Dongsheng Cai, da Escola de Medicina Albert Einstein, em
Nova York (Estados Unidos), a descoberta feita em camundongos poderá levar ao
desenvolvimento de novas estratégias para tratar doenças relacionadas ao
envelhecimento e para aumentar o tempo de vida.
Em um artigo anterior,
publicado em 2013, também na revista Nature, a mesma equipe de cientistas
revelou a surpreendente descoberta de que, além das funções já conhecidas, o
hipotálamo também regula o envelhecimento do organismo.
Na nova pesquisa, os
cientistas identificaram as células do hipotálamo que controlam o processo de
envelhecimento: uma pequena população de células-tronco neurais adultas, que
também é responsável por formar novos neurônios.
“Nossa pesquisa mostra que o
número das células-tronco neurais do hipotálamo é reduzido ao longo da vida do
animal e esse declínio acelera o envelhecimento. Mas também descobrimos que os
efeitos dessa perda não são irreversíveis. Com a reposição dessas
células-tronco ou das moléculas que elas produzem, é possível desacelerar, ou
até reverter vários aspectos do envelhecimento no organismo”, disse Cai.
Ao investigar se as
células-tronco no hipotálamo eram a chave para o envelhecimento, os cientistas
estudaram primeiro o destino dessas células quando camundongos saudáveis
envelheciam. O número de células-tronco do hipotálamo começou a diminuir quando
os animais chegavam à idade de 10 meses, bem antes do aparecimento dos sinais
normais de envelhecimento.
“Na velhice, que chega aos
dois anos de idade nos camundongos, a maior parte dessas células já havia
desaparecido”, disse Cai.
O próximo passo foi tentar
descobrir se essa progressiva perda das células-tronco havia realmente causado
o envelhecimento ou se estava apenas associada a ele. Para isso, os cientistas
observaram o que acontecia quando as células-tronco do hipotálamo eram
seletivamente destruídas em camundongos de meia idade.
“Essa destruição acelerou
enormemente o envelhecimento, em comparação com os camundongos com
células-tronco normais. Os animais com as células-tronco destruídas também
morreram antes do tempo normal”, declarou Cai.
Velhice reversível. A próxima
pergunta a fazer era se a reposição de células-tronco no hipotálamo seria capaz
de neutralizar o envelhecimento. Para obter a resposta, os cientistas injetaram
células-tronco do hipotálamo nos cérebros de camundongos de meia idade, cujas
células-tronco haviam sido destruídas e também nos cérebros de animais normais.
Nos dois grupos de animais, o
tratamento retardou ou reverteu vários indicadores de envelhecimento. Os
cientistas descobriram que as células-tronco do hipotálamo parecem exercer seus
efeitos antienvelhecimento liberando moléculas conhecidas como microRNAs.
Os microRNAs, de acordo com
Cai, não estão envolvidos na síntese de proteínas, mas têm um papel central na
regulação da expressão dos genes. Os microRNAs ficam “embalados” em pequenas
partículas chamadas exossomos, que são liberadas pelas células-tronco no fluido
cérebro-espinhal dos camundongos.
Os cientistas, então,
extraíram das células-tronco do hipotálamo exossomos carregados com microRNA e
os injetaram no fluido cérebro-espinhal dos dois grupos de camundongos de
meia-idade: aqueles com células-tronco do hipotálamo destruídas e os normais.
De acordo com Cai, o
tratamento desacelerou consideravelmente o envelhecimento nos dois grupos de
animais. A medição do envelhecimento foi feita a partir da análise dos tecidos
do organismo dos animais e por testes comportamentais que envolviam a avaliação
de transformações na resistência dos músculos, coordenação, comportamento
social e capacidade cognitiva.
Agora, os pesquisadores estão tentando identificar as populações
específicas de microRNAs e outros fatores secretados pelas células-tronco que
são responsáveis por efeitos antienvelhecimento. Segundo eles, esse será o
próximo passo para desacelerar o processo de envelhecimento e para tratar
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